sábado, 3 de setembro de 2011

21.01.06 - O início do Carroçarte


Marco zero Recife, um mundo de sonhos a girar na minha cabeça, uns vinte anos pensando nesta caminhada, um ano elaborando o projeto entre demissões de empregos, e uma árdua disciplina de dias e noites pintando como um louco para que o traço fique perfeito ( nunca fica, graça à Deus) e preparar a carroça, os mínimos  detalhes. A dúvida, o novo,o  perigo... e quando os pneus giraram, na minha cabeça a kilometragem  já era grande, à noite caia lenta num domingo morno de janeiro, com o soar de alfaias do maracatu  ecoando nos sonhos. E partimos (matuto e eu)  já que “O interessante é a viagem, não o destino”
O  meu caminho eu faria ao caminhar, atravessando o Recife com suas pontes, o seu cheiro e suas luzes a guiar-me dentro deste admirável mundo novo, a Br 232 era o primeiro destino, onde passaria em várias cidades e municípios que a Br faz-se de ponte, encurtando o tempo, e fomos sendo cúmplice junto com um maravilhoso acostamento, e descortinaram com a barra do dia, cidades como Monteiro, Bonança, Vitória, Gravatá, Bezerros, Caruaru e dando uma esticadinha até o Alto do Moura. Em todos estes lugares passei dias conhecendo artesões e artistas, maravilhando-me com a diversidade cultural do meu estado ( hoje o projeto já está com 851 km, depois de PE/PB/RN). Todos os lugares por onde passo percebo um respeito muito grande, pelo fato de ser Pernambucano, levo toda uma carga de cultura e responsabilidade, e mostro nas minhas fotos um carinho por este povo, desde um simples fazedor de celas à nomes como J. Borges, que é o maior criador de Xilogravuras de PE, ( onde passei longos dias vendo a disciplina de todos da família Borges, obrigado).
    Aventurar-se é isso, perder-se em caminhos desconhecidos, desbravando florestas, desvendando segredos, destruindo os próprios medos, libertar-se, encontrar-se, desvencilhar-se, desmascarar desejos, superar-se, amar.
 

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